quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Rio 2016: Um Grande Desafio


     Encerrada as Olimpíadas de Londres, inicia agora, no Brasil um longo período de preparação para as próximas. E pela primeira vez na história, o evento será realizado na América do Sul, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro, que também sediará os Jogos Paralímpicos.

    Em sua segunda visita a cidade, a Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional ficou impressionada com os avanços das obras. A infraestrutura para a realização dos Jogos contará com mais de 100 mil pessoas, incluindo 70 mil voluntários.

     São esperados mais de 10.500 atletas de cerca de 205 nações, além de muitos profissionais da imprensa, simpatizantes do esporte e turistas de todos os lugares do mundo.

      Em meio a tantos problemas para contornar e tantos desafios para mudar radicalmente a estrutura, educação e pensamento dos brasileiros, o ministro Aldo Rebelo concedeu uma entrevista coletiva, no dia 23 de agosto, por teleconferência, com jornalistas de 26 veículos estrangeiros e agências de notícias internacionais.

     Os jornalistas quiseram saber sobre os planos do governo para investir no esporte de alto rendimento. “Já temos políticas públicas e investimentos que amparam os atletas e o esporte de alto rendimento no Brasil. São leis que destinam recursos para a prática de esporte, como a Lei Agnelo Piva, a Lei de Incentivo ao Esporte e o Bolsa-Atleta. Teremos um programa especial para 2016, que inclui a Bolsa-Técnico”, destacou o ministro, referindo-se ao projeto que ajudará a equipe multidisciplinar para os atletas de alto rendimento.


O ministro do Esporte Aldo Rebelo

     Aldo Rebelo também falou sobre as parcerias com os ministérios da Saúde e da Educação para promover a prática esportiva e dar maior suporte ao esporte educacional. E lembrou o número de medalhas conquistadas em Londres, 17, que foi maior do que o esperado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, 15, mas inferior ao previsto pelo governo  que eram 20. “De fato, as expectativas para 2016 são ainda melhores'', finalizou o ministro.

     Resta aguardar e torcer para que esta reforma multilateral seja realizada com êxito. O grande teste será a Copa de 2014, que poderá mostrar ao mundo se escolheram corretamente o anfitrião dos próximos maiores eventos esportivos do planeta.

Post: Suelyn Magalhães


Mas o Importante Não é Competir?

         Quando mais da metade de um jogo está ganha, a vitória é praticamente certa, não é mesmo? Com dois gols de vantagem aos trinta minutos do segundo tempo, fica difícil dizer que o time dominante perderá, e com dois matches points contra zero de um adversário é possível já até comemorar. Foi o que aconteceu com a seleção de vôlei masculino nas Olimpíadas de Londres, só que da maneira mais improvável.

         Na final contra a Rússia, o time de Bernardinho tinha o jogo “nas mãos”, como muitos veículos por aí noticiaram, mas se depararam com uma reação surpreendente da Rússia que fez três matches points seguidos, saindo do zero e vencendo o jogo. Um ouro digno de aplausos! Digo isso porque a primeira coisa que me vem à mente ao ver uma situação como essa é a forma como encaramos nossos desafios, seja no jogo, seja na vida.

Reação do jogador brasileiro ao encarar a "derrota".

         Afinal, já podíamos ver o famoso e imbatível técnico Bernardinho comemorando o ouro olímpico, era possível sentir a excitação da vitória nos jogadores brasileiros, que, então, deixaram-se levar pela emoção antecipada do “jogo ganho” e deram espaço à autossuficiência, abrindo brecha numa frágil defesa chamada “sentimentalismo”, que, sobretudo, faz-se presente em nós, brasileiros.

         Diante disso, é claro que os jogadores da Rússia enxergaram um espaço para seu racionalismo frio e calculista, e de maneira pragmática, como se deve ser num jogo, encheram-se de coragem e força e geraram superação de onde não se esperava mais nada além de uma prata. Calma, clareza de atitudes e razão guiando emoção. Essa foi a essência da vitória dos russos.

Seleção russa comemorando a inesperada vitória.

         Isso me faz refletir quantas vezes já vimos a emoção dominar as Olimpíadas. Quem não se lembra, por exemplo, do marcante choro de Jade na ginástica? E por isso disse que o sentimentalismo está, sobretudo, presente nos brasileiros, porque fica nítido como deixamos, às vezes, esse ufanismo tão característico nosso tomar à frente do controle de nossos atos, membros, palavras e expressões. No caso da seleção brasileira, foi a sensação de jogo ganho, algo que, todos sabem, só existe quando o mesmo, de fato, acaba. Será que não dava pra segurar a emoção de “missão cumprida” para depois do terceiro matche point?

         Outro ponto que essa situação toda me traz à tona é o conceito que temos do que é derrota. Ainda não consigo me conformar como os veículos de comunicação nacionais escracham, com todos os adjetivos e verbos possíveis, que a prata do Brasil foi uma derrota, uma perda, um vacilo. Ora, num país como o nosso, onde o incentivo ao esporte é tão eficaz quanto a nossa estrutura para receber eventos esportivos mundiais, conquistar a prata é, sim, algo de se dar valor e chamar de uma verdadeira vitória, com todas as letras!

        Por que classificar o segundo melhor como último? Por que gerar o sentimento de tristeza e desconforto no lugar do “conseguimos” e “na próxima faremos muito melhor”? A verdade é que o atleta sabe que aquilo não é uma derrota, ele entende (e sente) o significado de uma prata olímpica, mas não pode comemorar diante das inconvenientes câmeras e gravadores de nossa mídia, porque isso seria se contentar com pouco. E, é claro, isso também deixariam insatisfeitos os “juízes” olímpicos assistindo a tudo e a todos de seus lares.

         Esses juízes representados por todos nós, brasileiros, sequer imaginam o tamanho do esforço para se chegar às Olimpíadas, porém estão sempre prontos, sentados em seus sofás com um prato de comida na mão na hora do almoço, a ver um brasileiro ganhando prata e apontar o dedo para dizer “nem para ganhar um ouro”. São quase “deuses gregos” julgando meros semi-mortais que, de seu ponto de vista, nunca se esforçam o suficiente; uma relação de Zeus e Hércules, que não passa de uma infeliz metáfora.

         E, assim, temos de um lado toda uma nação que, se ainda precisa se preparar melhor para ao menos entender a grandeza de participar de uma Olimpíadas, imagina o quanto tem de evoluir para receber a mesma em seu país; e do outro nossos atletas, Hércules fortes e persistentes, lidando com sua frágil essência que mistura uma força divina sem igual com um fraco espírito humano dominado pela emoção, responsável por findar com toda sua força. O único ponto convergente para ambos é o senso de que a prata é sinônima de derrota. Por isso, vale a pergunta: mas o importante não era competir?

          Post: Wagner Oliveira (@FuturoRP)

As Cotas de Estilo nas Olimpíadas


          Londres, a mais importante capital mundial da moda desde o ano passado, recebeu nos jogos olímpicos a mais variada gama de estilos e representações patriotas dos atletas.
         Foram unhas decoradas, maquiagem, joias, penteados e vestuário com as cores de cada país e bandeiras. O estilo pessoal em destaque contribuiu para a exposição da imagem dos atletas na mídia, mas se tratando de um evento global a imagem é muito mais valiosa para as organizações que buscam um representante para divulgar sua marca e ampliar as vendas.


A ciclista alemã Kristina Voguel representa seu país com cores da bandeira nas unhas

          Patrocinar os jogos olímpicos pode ser um dos investimentos mais caros, mas também um dos mais lucrativos. A Nike decidiu padronizar mundialmente o uso de tênis verde-limão da marca pelos atletas patrocinados. Conhecidos como “Volt”, a Nike alega que de todas as cores do arco íris, o olho humano é mais sensível à parte verde e amarela. Isso significa que os tênis da Nike refletem mais a luz do que qualquer outra coisa no ambiente olímpico.
 
Finalistas do atletismo usam tênis Nike

         Tornar o estilo uma estratégia comercial parece ser a saída para atletas que precisam treinar em período integral e competir em eventos que não oferecem remuneração. Um exemplo da força do patrocinador é o caso da ginasta brasileira Jade Barbosa, que foi cortada da seleção devido a divergências em relação a patrocínio e uniforme. "Ela tem o direito de não querer assinar o contrato ou o termo de compromisso para usar os uniformes, mas não tem como participar da equipe sem isso," disse a coordenadora da Seleção Brasileira de Ginástica, Georgette Vidor.

A ginasta Jade Barbosa é cortada das Olimpíadas
          "Ela tem o direito de não querer assinar o contrato ou o termo de compromisso para usar os uniformes, mas não tem como participar da equipe sem isso," disse a coordenadora da Seleção Brasileira de Ginástica, Georgette Vidor. Jade foi substituída por Lais de Souza, apesar de ter tido grande destaque em Pequim e ter conquistado posições inéditas para a ginástica brasileira. Até que ponto vale essa inversão de valores, em que o patrocinador possui mais direitos do que o atleta? Afinal, o objetivo dos jogos olímpicos é valorizar o esporte.
Post: Camila Souza


Hábitos Saudáveis Nunca São Demais

Nas Olimpíadas de Londres 2012, a busca por medalhas e bons resultados fez com que os atletas e seus treinadores procurassem por mecanismos que garantissem o aumento do seu rendimento durante as competições. E a alimentação foi um dos requisitos fundamentais para que eles pudessem ter um bom desempenho em suas modalidades esportivas e, até mesmo chegar ao pódio das disputas.

Além da necessidade de se ter uma alimentação rica em nutrientes, como carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais, os atletas precisam manter-se hidratados para ganhar ainda mais energia durante os treinos e competições. Refeições como sopa, uma alimentação vegetariana e alimentos como nozes e grãos são comuns no mundo destes competidores que buscam a saúde física e mental.

Os nadadores, por exemplo, seguem à risca este cardápio saudável. Eles realizam suas refeições com alimentos ricos em carboidratos incluindo cereais como a aveia, a cevada, trigo, milho, legumes e frutas. Esses alimentos promovem garra e disposição, além de aumentar a força e flexibilidade dos movimentos do corpo.

Um cardápio saudável faz parte da vida dos atletas para manter a energia

No entanto, alguns esportes como o boxe, artes marciais, ginástica e nado sincronizado, necessitam de uma dieta mais equilibrada, já que a necessidade destes atletas está em controlar as suas refeições para manter o peso adequado. Preocupada com esta necessidade, a lutadora turca de taekwondo Nur Takar segue uma dieta de 1.500 calorias por dia. Já a ginasta sul-coreana Son Yeon- Jae adota um café da manhã e almoço em quantidades limitadas.

Já os atletas que precisam de forças em seus treinos, como os levantadores de peso e os praticantes do arremesso de martelo, consumir alimentos específicos que ajudem a desenvolver massa muscular é uma boa dica. O auxílio de suplementos é indicado nestes casos, mas devem ser consumidos de forma equilibrada e em medidas certas, de acordo com o organismo de cada atleta.

Portanto, a saúde é um dos princípios do esporte. É somente através dela que os atletas conseguem bons desempenhos e se mantém em sintonia com seu corpo e mente. Vale ressaltar que todos os competidores devem ter um acompanhamento de um nutricionista para que haja recomendação correta dos melhores alimentos para compor a sua dieta.  E todas essas dicas são válidas para todos, incluindo atletas e não atletas. Hábitos saudáveis nunca são demais!

Post: Talita Salles

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Globo x Record: A Briga Que Não Tem Fim

     A disputa entre Globo e Record nunca esteve tão evidente como nas Olimpíadas deste ano. Com o poder de transmissão nas mãos, a Record teve sua programação do último mês voltada para os jogos olímpicos. As 165 horas de transmissões esportivas renderam à emissora uma média de 7 pontos de audiência, segundo medição do Ibope (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo). Não é nada muito diferente da média que normalmente alcança a casa dos 6 pontos.
 
     Mas, muitas coisas deixaram a desejar. Poucos jogos foram transmitidos do começo ao fim, gafes foram cometidas, a qualidade das imagens e som não foram das melhores. E com isso, mais uma vez o telespectador brasileiro comprovou que a qualidade de transmissão de esportes da Rede Globo é realmente imbatível.
 
Gafe: Ana Paula Padrão troca o nome da emissora
 
     E é por isso que a emissora global já começou a sua corrida contra o tempo. Enquanto se preparam para dividir a transmissão e cobertura da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, Globo e Record já estão se movimentando mais uma vez nos bastidores para tentar comprar os Jogos de 2020 com exclusividade.
 

     Ainda sem sede definida, a Olimpíada de 2020 pode custar cerca de US$ 250 milhões. De acordo com informações da coluna Outro Canal, da jornalista Keila Jimenez na Folha de S. Paulo, a competição de 2016 custou US$ 200 milhões à Globo, Record e Band.

     Os direitos de transmissão foram muito valorizados na TV brasileira nos últimos tempos. Em 2004, a Globo gastou aproximadamente US$ 5 milhões pelas imagens de Atenas. Em Pequim, foram gastos US$ 15 milhões. Para a Record, a exclusividade das Olimpíadas de Londres custou cerca de US$ 60 milhões e foi negociada seis anos antes da competição acontecer.
 
     Quem sabe, com mais ousadia e menos 'cacoetes globais' os índices de audiência não teriam sido mais satisfatórios para a Record. Afinal de contas, para superar a Globo, com certeza, a melhor estratégia é não imitá-la. E esse é o grande desafio das emissoras brasileiras.
 
Post: Talita Salles

 

Errar é Humano. Contornar (e Admitir) é Divino

     O que se poderia esperar dos Jogos Olímpicos em Londres? Ora, estamos falando da capital da Inglaterra, um dos maiores e mais importantes centros financeiros do mundo, que inspira modernidade e excelência. Diante disso, a pergunta é: o que você esperava dos Jogos Olímpicos em Londres?

     Cada um de nós, certamente, tinha sua expectativa. E estou me referindo a nós, brasileiros, que, mesmo diante de crises e contratempos internacionais, ainda enxergamos os feitos no exterior com olhos de admiração e contemplação. E após acompanhar a abertura dos Jogos Olímpicos, que deu um verdadeiro show pela riqueza cultural, só nos restava a certeza da grandiosidade que seria esse evento.

     Então, eis que chega o primeiro dia de competições. Coreia do Norte versus Colômbia no estádio Hampden Park, em Glasgow (Escócia). As equipes já se encontravam perfiladas no gramado, quando o que se vê aparecer no telão do estádio é a bandeira da Coreia do Sul.

Momento em que a bandeira errada é exibida.

 
Reação dos torcedores da Coreia do Norte ao ver a bandeira da Coreia do Sul.

     Pronto, estava armado um conflito diplomático. As jogadoras da Coreia do Norte não queriam mais jogar, mais de uma hora se passou até resolver a confusão. E, opa! Não é que achamos um erro? E junto com o erro a lembrança de que, mesmo com tanta promessa, expectativa e garantia de excelência, o que, na verdade, está por trás de um evento tão grandioso são seres humanos. E humanos, desde sempre, erram.

     Parece difícil admitir, mas isso nos faz cair na real e ver que, não importa a grandiosidade do acontecimento, erros podem acontecer. Era algo tão simples, bandeiras tão distintas, uma situação tão evitável, mas ocorreu. E, talvez, por uma simples falha ao apertar um botão. A questão é, como lidamos com o erro? Em Londres, a atitude de admitir e contornar uma falha não pareceu algo tão complexo de ser feito. Mesmo com toda tensão diplomática, gerentes e presidentes das mais altas cúpulas vieram a público pedir desculpas, diálogos foram estabelecidos e até o termo “um simples erro humano” foi utilizado.

     Não se ouviu o chavão “nada a declarar”, mas sim a garantia “isso não se repetirá”. Ou seja, o erro foi contornado, a situação resolvida, os jogos seguiram. Sequer tivemos grande repercussão disso. Ao varrer a internet com assuntos de erros das Olimpíadas quase não se encontra notícia sobre isso. Mas, curiosamente, nosso sábio guru Google nos retorna, mediante as palavras “erros” e “Olimpíadas”, várias e várias notícias sobre as falhas, não de Londres, mas dos atletas brasileiros.


Exemplo de busca no Google mediante os termos de busca "erros" e "Olimpíadas".

     Pois é. Trata-se da dupla de vôlei de praia que poderia ter sido ouro, mas foi prata. Da equipe de vôlei masculino que estava com o jogo nas mãos, mas foi prata. Da seleção brasileira de futebol que (vejam só, que absurdo!) ganhou apenas a prata. E não só o Google, como a população e mídia brasileiras apontaram tudo isso, e, mais ainda, os próprios jogadores faziam questão de aparecer diante de câmeras com semblante arrasado e amargando as “derrotas”. Erros, também humanos, mas não tão bem contornados como o de Londres.

     Isso nos leva a refletir sobre como será, em 2016, ter as Olimpíadas em nosso seio. Se nossa gente, mídia e atletas não sabem lidar com a “derrota” da prata, saberão lidar com os erros humanos de um evento de tal porte? Como seria resolver um conflito diplomático, entre países em guerra, no Brasil? Quantos de nós mesmos, brasileiros, numa situação como essa, não apontaríamos o dedo para nossa própria pátria dizendo “só podia acontecer no Brasil mesmo”?

     Diante disso, a questão não é saber se vamos dar conta dos eventos mundiais. Afinal, eles já nos competem, e acontecerão, com maestria ou não, em nosso país. A questão é saber se teremos condições de lidar com os erros humanos que, inevitavelmente, acontecerão. Uma capacidade até esperada de um povo que, durante tantos anos, batalhou e persistiu, mas, agora, terá que saber como subir ao pódio.


Post: Wagner Oliveira (@FuturoRP)

Polêmicas Muito Além de 140 Caracteres

     
 
       Os Jogos Olímpicos de Londres de 2012 foram os primeiros Jogos da era das redes sociais, principalmente do twitter. Se por um lado foi excepcional, pois a quantidade de informações sobre os participantes e o evento foi muito maior, por outro teve consequências nada boas para os atletas.
 
      Após os Jogos Olímpicos de 2008 que foram realizados na China, país que historicamente exerce forte controle sobre a internet e redes sociais, um ano depois, no Congresso anual da entidade, o COI (Comitê Olímpico Internacional) dedicou atenção especial às redes sociais. Essa preocupação gerou um manual de conduta e impôs uma série de restrições aos atletas. O COI vetou mensagens sobre patrocinadores pessoais e criou normas para o formato dos textos.
 
     Essas regras geraram um protesto de um grupo de atletas dos Estados Unidos, que usaram tweets com o texto “Estou honrado de ser um atleta olímpico, mas exigimos mudanças nas regras”. A contestação era exatamente a restrição de fazer publicidade pessoal, que também atingem treinadores e funcionários das delegações nacionais.
 
      Um caso bem mais sério aconteceu com a grega Voula Papachristou, do salto triplo, que foi expulsa do evento por ter feito comentário racista. Ela teria escrito em sua conta pessoal no twitter a seguinte frase “Com tantos africanos na Grécia, pelo menos os mosquitos do Nilo comerão comida caseira”.
 
O preconceito da atleta grega Voula Papachristou

     A goleira norte-americana Hope Solo não recebeu uma punição severa, mas foi advertida. Ela publicou uma mensagem criticando Brandi Chastain, comentarista de TV, que havia falado mal do desempenho dela em Londres “É muito ruim não termos comentaristas que representem melhor o time e saibam sobre o jogo. O jogo mudou de uma década atrás”, escreveu a goleira no twitter.
 
A goleira da seleção americana Hope Solo
 
     No Brasil, o caso mais polêmico envolveu a judoca Rafaela Silva, que saiu de Londres sem medalha após tem sido eliminada por ter dado um golpe ilegal. A atleta foi duramente criticada no twitter por alguns internautas, respondeu e trocou ofensas com eles. O problema ficou ainda maior quando um dos internautas extrapolou e fez ofensas racistas à judoca.
 
A dor da judoca brasileira Rafaela Silva após eliminação
 
     Por meio de mensagens polêmicas, discussões e até interação com outros, as redes sociais viraram a grande arma dos atletas para evitar a reclusão dos Jogos Olímpicos. Só que boa parte desses usuários não tem a menor ideia com quem tipo de pessoa estão lidando.
 
Post: Suelyn Magalhães

domingo, 17 de junho de 2012

O Grande Figurino de Branca de Neve e o Caçador


          Ainda com o tema de Leituras e Releituras dos Contos de Fadas em pauta, se tratando de figurino, o filme Branca de Neve e o Caçador (Snow White and The Huntsman) é um deleite para os olhos. É difícil um filme hollywoodiano com pegada medieval não impressionar neste quesito, e com esse filme não foi diferente.

Branca de Neve e o Caçador

          O figurino foi desenhado por Colleen Atwood, ganhadora de 3 Oscars (ela teve 9 indicações). A figurinista revelou à MTV Americana que seu trabalho é criar trajes que ajudem a inspirar os atores em seus papéis, mas, mais importante, é ajudar a avançar o enredo.

Colleen Atwood com figurino do filme ao fundo

          Apesar de a Branca de Neve ser a protagonista da história, se tratando de figurino, a Rainha má Ravenna é incontestavelmente a personagem de destaque. Há uma gola feita de chifre de besouro, um vestido feito de asas de besouro, uma capa feita de penas de pavão modificadas e moldadas, ou seja, há uma mistura inovadora de alta costura, realeza e maldade.

O figurino da Rainha Ravenna

          Como a própria Colleen descreve “Os figurinos ficam cada vez mais espectrais e com nuances de insetos conforme o filme progride. Há muitos elementos da morte em seus trajes, por isso usamos várias penas, caveiras, ossos pequenos.” Ela complementa “o diretor Rupert Sanders queria que os vestidos de Ravela simulassem um apodrecimento progressivo que representariam a decadência física e psicológica da personagem.” Há também outros elementos exóticos nos vestidos da personagem, como couro drapeado, escamas, paetês de couro, cristais e crina de cavalo, tudo feito à mão.


Vestido de penas da Rainha Ravenna

                A Branca de Neve no início do filme possui mais feminina, inclusive mostrando os ombros de uma forma provocante e sensual, mas no decorrer da história ela vai se transformando até se vestir como um homem. Com legging por baixo do vestido e botas, que facilitam as cenas de ação. No fim, confirmando seus status de guerreira, a personagem usa uma armadura esculpida a mão. O figurino nas palavras de Colleen ‘’ Decidimos fazê-lo de camurça com detalhes em bordado e um pouco de metal, para refletir que ela talvez tenha algo de realeza, mas sem muito brilho.”

O figurino de Branca de Neve

                    O figurino do caçador é mais pratico para facilitar a forma com que ele carrega suas armas e foi feita de materiais de florestas, como diferentes tipos de couros de búfalo, e todos os tipos de couro costurados a mão. Há também uma blusa de lã rústica artesanal para representar sua natureza orgânica.

O figurino do Caçador

                 Colleen criou mais de 1000 figurinos para o filme e lançou uma coleção exclusiva com 12 peças inspiradas no longa-metragem para a HSN.

Veja mais no vídeo abaixo:




Post: Camila Souza

Contos de Fadas Transformam a Vida Real


Diante da repercussão positiva da estrutura e da beleza do desfile, o tema “Leituras e Releituras dos Contos de Fadas” trouxe de volta algumas lembranças da infância de todos os participantes e convidados. Como afirmou a professora Cris Morais, “hoje em dia as pessoas estão sentindo a necessidade de acreditar que o impossível pode se tornar possível, como acontece nos contos de fadas”.

Desde os tempos passados, as pessoas contam histórias, sejam elas fictícias, sejam elas reais. Mas, todas giram em torno de um único ponto de interesse: criar, reproduzir e, usar a imaginação sem limites e, sem se preocupar com o resultado da mistura entre realidade e ficção. E é por isso que o mundo todo se inspira através destes contos, o que representa uma explicação de acreditar que o impossível pode se tornar possível.

Os contos de fadas são, em primeiro lugar, uma expressão viva de nossas vontades e de nossas fantasias. Eles não nasceram do acaso, mas sim de um conjunto de pensamentos traduzido em histórias. E tais histórias, por sua vez, nos ajudam a organizar nossos desejos de forma subjetiva, dando significado aos diferentes sentimentos da vida. 
 
Assim como na história de Rapunzel, o impossível está mais perto
do possível do que imaginamos

Sendo assim, nossa subjetividade constitui-se a partir dessas histórias. São histórias que falam a nosso respeito, a respeito de nossos sonhos e de nossa vida como um todo. De histórias “paralelas”, como diria o escritor e professor Malba Tahan, “em que nosso ser e nossos laços se veem representados por personagens, enunciados através de palavras, encenados através de fotografias, pinturas e ações que nos são expostas”.

Diante disso, os contos de fadas, de ontem e de hoje, nos colocam em contato com o nosso mundo interior. Relatam a convivência humana, suas crenças e valores, ao mesmo tempo em que nos ajudam a corrigir os nossos sentimentos. São capazes ainda de nos descrever e, principalmente, de nos constituir como seres humanos mais completos e felizes.

Com um toque de mágica, Cinderela viu que seus desejos
podem se transformar em realidade

Acreditar em contos de fadas é acreditar que o impossível está mais perto do possível do que podemos imaginar. É acreditar que nenhum mal é capaz de vencer o bem, e que a vida é feita de diversos obstáculos no caminho e que sempre sabemos como tirá-los de nossa frente. E hoje, diante de uma vida tão intimista, onde a ambição e a falta de sentimento tomaram a consciência das pessoas, reviver as lembranças de infância é uma maneira de fugir desta realidade.
Esta vontade de fazer o impossível virar possível ganhou tamanha força que pode ser a esperança diante de uma vida tão “realista” que vivemos.   

Post: Talita Salles

Desfile: Beleza



  Para finalizar a cobertura do Desfile, confira um pouco da beleza levada para a passarela:



              Um exemplo de maquiagem do desfile para a vida real. Lápis preto na linha d’água, sombra prata (super tendência para o verão 2013, junto com o dourado, cobre e tons metalizados em geral), e batom vermelho cereja para inovar o vermelho intenso que esteve presente nas últimas temporadas.


             Olho metalizado marcante, boca nude, blush suave e pele perfeita. Maquiagem forte no olho e boca apagada é beleza garantida para todos os tons de pele.


          Outra tendência da temporada verão 2013, maquiagem molhada, com muito iluminador, onde o efeito gloss vai além da boca.


          A sereia do Peter Pan, com azul nos olhos representando a água, mistura as duas tendências: metalizado e efeito gloss.


            Maquiagem dramática, que brinca com o branco e preto, delineando os olhos com o canto externo do olho puxado, levantando o olhar. A brincadeira continua na boca com formato em coração.


       Maquiagem totalmente neutra, com marrom, blush coral e gloss cor de boca. Um make sem erro para usar no trabalho, embeleza sem perder a seriedade.



      Olho exagerado, super compatível com blush coral e boca nude. Fácil de adaptar para a vida real, adaptando o tamanho do delineado.


Post: Camila Souza

Figurino do Desfile Moderniza Personagens Clássicos


          Com início pontual, às 21h, o desfile da turma de Moda foi bem fiel ao tema “Leituras E Releituras Dos Contos de Fadas”. Com predominância de tecidos como tafetá, veludo, renda e algodão, os estilistas priorizaram a pegada urbana e moderna de cada personagem.

          Os 12 looks, compostos por uma cartela de cores ampla, explorou de ponta a ponta o conceito do bem versus mal, partindo de cores pasteis, passando por tons terrosos, cores vibrantes, até os tons escuros, com preto e metalizado.

          Com duração de aproximadamente 10 minutos, as produções mais bem recebidas pelo público foram a de Alice no País das Maravilhas e a criação inspirada em João e Maria, o último figurino desfilado e a única criança entre modelos adultos do sexo feminino e masculino.

Alice no País das Maravilhas e Maria

          Rafael Ramos, estilista que escolheu retratar o personagem Gato de Botas devido a sua esperteza, elegância e destreza, criou uma proposta equilibrada com a cor preta, que remete discrição e contou também com um chapéu inovador, “No chapéu quis trabalhar a curva, dar um toque sensual e também demonstrar a agilidade do gato”.

Gato de Botas

          Barbara Onoda, criadora do figurino inspirado na história de João e Maria, usou como base a história traduzida por Ruth Rocha. Com essa inspiração, a estudante usou materiais como algodão e poá, além de inovar com alto relevo e plástico. As cores escolhidas foram vivas e chamativas, predominando o amarelo e vermelho. “Eu queria que fosse bem criança mesmo, mostrar o lado infantil e bonitinho da história. Retratar tudo de forma muito real, com doces no chapéu e no bolso” revelou Barbara.

A inspiração de Barbara Onoda foi a história de João e Maria

          Alice Egydio, que desfilou a própria criação, abordou um conceito bem definido. Inspirada pelo filme da Disney, seu figurino retratou uma Alice perdida no país das maravilhas e de luto (no filme a personagem está de casamento marcado mesmo contra sua vontade). Os tecidos usados foram o cetim, a renda, organza e plumas. As cores, branca e preta, remetem que mesmo as mulheres independentes, como a personagem, se sentem presas no histórico que elas carregam, por isso as duas cores são misturadas entre si.  Os acessórios foram meticulosamente pensados por Alice, com destaque para a cor vermelha, como no filme.


Os acessórios em destaque na composição do figurino de Alice

          Mesclar os dois mundos do personagem O Caçador (da históriada Branca de Neve) com o do homem urbano é a proposta do estilista Bruno Rigo, que mistura elementos como pelo sintético, lá, cetim e algodão. As cores usadas são predominantemente escuras , como define o estudante “Esse homem desaparece na floresta e ele tem que desaparecer na cidade.”



O Caçador


Post: Camila Souza

sábado, 16 de junho de 2012

“Contos de Fadas” em Desfile

      Estrutura de "Leituras e Releituras dos Contos de Fadas" surpreende participantes
      
      Em 31 de maio, as 21h00, aconteceu no hall de entrada da ESAMC Campinas um desfile com o tema ''Leituras e Releituras dos Contos de Fadas'', organizado pelas professoras Carina Martellini e Cris Morais, para avaliação de seus alunos em matérias do Curso de Moda.

       A cesta de maças sob galhos secos na escadaria de entrada já indicava que a decoração seria inspirada nos bosques das histórias infantis. No local também podia-se notar a presença de várias borboletas amarelas, laranjas e brancas feitas de papel offset e cartolina.

Galhos, folhas secas e maças na entrada do desfile
       
            Ao chegar onde seria o desfile, o ambiente era um convite para reviver a infância. No alto do saguão, panos verdes de mais de 2 metros cobria pontos estratégicos para que iluminação ficasse no chão, juntamente com a máquina de fumaça para passar a ideia de uma ambiente escuro e com neblina.'' Deu muito trabalho, estavámos aqui desde as 18h00, mas acho que valeu a pena'', comentou umas das responsáveis pelo cenário Rebeca Figueiredo, aluna do curso de Moda.

         O evento teve a participação maciça dos alunos da faculdade, e mais convidados especiais que acompanharam o desfile de perto, pois foram colocadas cadeiras ao lado da passarela para que eles não perdessem nenhum detalhe do desfile.


Convidados aguardam o desfile próximos a passarela

     A criação da passarela foi na base do improviso, as professoras Cris e Carina, encontraram vários galhos, folhas secas e compraram maças para cercar o lugar como se fosse uma caminho a percorrer de um dos contos, lembrando João e Maria e Chapeuzinho Vermelho.

O estúdio de maquiagem foi montado na sala de desenho, e contou com uma estrutura bastante profissional, tanto de estilistas quanto das maquiadoras.'' Foi uma delícia maquiá-los, os rostos ajudaram muito. Usei vários estilos mas sempre seguindo o que o estilista queria para seu personagem de acordo com a roupa de cada um'', finalizou Marcela Duarte, aluna do 3º ano de Publicidade e Propaganda e maquiadora profissional.

Mesa de maquiagem 

Maquiadoras em ação

Post: Suelyn Magalhães