quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Rio 2016: Um Grande Desafio


     Encerrada as Olimpíadas de Londres, inicia agora, no Brasil um longo período de preparação para as próximas. E pela primeira vez na história, o evento será realizado na América do Sul, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro, que também sediará os Jogos Paralímpicos.

    Em sua segunda visita a cidade, a Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional ficou impressionada com os avanços das obras. A infraestrutura para a realização dos Jogos contará com mais de 100 mil pessoas, incluindo 70 mil voluntários.

     São esperados mais de 10.500 atletas de cerca de 205 nações, além de muitos profissionais da imprensa, simpatizantes do esporte e turistas de todos os lugares do mundo.

      Em meio a tantos problemas para contornar e tantos desafios para mudar radicalmente a estrutura, educação e pensamento dos brasileiros, o ministro Aldo Rebelo concedeu uma entrevista coletiva, no dia 23 de agosto, por teleconferência, com jornalistas de 26 veículos estrangeiros e agências de notícias internacionais.

     Os jornalistas quiseram saber sobre os planos do governo para investir no esporte de alto rendimento. “Já temos políticas públicas e investimentos que amparam os atletas e o esporte de alto rendimento no Brasil. São leis que destinam recursos para a prática de esporte, como a Lei Agnelo Piva, a Lei de Incentivo ao Esporte e o Bolsa-Atleta. Teremos um programa especial para 2016, que inclui a Bolsa-Técnico”, destacou o ministro, referindo-se ao projeto que ajudará a equipe multidisciplinar para os atletas de alto rendimento.


O ministro do Esporte Aldo Rebelo

     Aldo Rebelo também falou sobre as parcerias com os ministérios da Saúde e da Educação para promover a prática esportiva e dar maior suporte ao esporte educacional. E lembrou o número de medalhas conquistadas em Londres, 17, que foi maior do que o esperado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, 15, mas inferior ao previsto pelo governo  que eram 20. “De fato, as expectativas para 2016 são ainda melhores'', finalizou o ministro.

     Resta aguardar e torcer para que esta reforma multilateral seja realizada com êxito. O grande teste será a Copa de 2014, que poderá mostrar ao mundo se escolheram corretamente o anfitrião dos próximos maiores eventos esportivos do planeta.

Post: Suelyn Magalhães


Mas o Importante Não é Competir?

         Quando mais da metade de um jogo está ganha, a vitória é praticamente certa, não é mesmo? Com dois gols de vantagem aos trinta minutos do segundo tempo, fica difícil dizer que o time dominante perderá, e com dois matches points contra zero de um adversário é possível já até comemorar. Foi o que aconteceu com a seleção de vôlei masculino nas Olimpíadas de Londres, só que da maneira mais improvável.

         Na final contra a Rússia, o time de Bernardinho tinha o jogo “nas mãos”, como muitos veículos por aí noticiaram, mas se depararam com uma reação surpreendente da Rússia que fez três matches points seguidos, saindo do zero e vencendo o jogo. Um ouro digno de aplausos! Digo isso porque a primeira coisa que me vem à mente ao ver uma situação como essa é a forma como encaramos nossos desafios, seja no jogo, seja na vida.

Reação do jogador brasileiro ao encarar a "derrota".

         Afinal, já podíamos ver o famoso e imbatível técnico Bernardinho comemorando o ouro olímpico, era possível sentir a excitação da vitória nos jogadores brasileiros, que, então, deixaram-se levar pela emoção antecipada do “jogo ganho” e deram espaço à autossuficiência, abrindo brecha numa frágil defesa chamada “sentimentalismo”, que, sobretudo, faz-se presente em nós, brasileiros.

         Diante disso, é claro que os jogadores da Rússia enxergaram um espaço para seu racionalismo frio e calculista, e de maneira pragmática, como se deve ser num jogo, encheram-se de coragem e força e geraram superação de onde não se esperava mais nada além de uma prata. Calma, clareza de atitudes e razão guiando emoção. Essa foi a essência da vitória dos russos.

Seleção russa comemorando a inesperada vitória.

         Isso me faz refletir quantas vezes já vimos a emoção dominar as Olimpíadas. Quem não se lembra, por exemplo, do marcante choro de Jade na ginástica? E por isso disse que o sentimentalismo está, sobretudo, presente nos brasileiros, porque fica nítido como deixamos, às vezes, esse ufanismo tão característico nosso tomar à frente do controle de nossos atos, membros, palavras e expressões. No caso da seleção brasileira, foi a sensação de jogo ganho, algo que, todos sabem, só existe quando o mesmo, de fato, acaba. Será que não dava pra segurar a emoção de “missão cumprida” para depois do terceiro matche point?

         Outro ponto que essa situação toda me traz à tona é o conceito que temos do que é derrota. Ainda não consigo me conformar como os veículos de comunicação nacionais escracham, com todos os adjetivos e verbos possíveis, que a prata do Brasil foi uma derrota, uma perda, um vacilo. Ora, num país como o nosso, onde o incentivo ao esporte é tão eficaz quanto a nossa estrutura para receber eventos esportivos mundiais, conquistar a prata é, sim, algo de se dar valor e chamar de uma verdadeira vitória, com todas as letras!

        Por que classificar o segundo melhor como último? Por que gerar o sentimento de tristeza e desconforto no lugar do “conseguimos” e “na próxima faremos muito melhor”? A verdade é que o atleta sabe que aquilo não é uma derrota, ele entende (e sente) o significado de uma prata olímpica, mas não pode comemorar diante das inconvenientes câmeras e gravadores de nossa mídia, porque isso seria se contentar com pouco. E, é claro, isso também deixariam insatisfeitos os “juízes” olímpicos assistindo a tudo e a todos de seus lares.

         Esses juízes representados por todos nós, brasileiros, sequer imaginam o tamanho do esforço para se chegar às Olimpíadas, porém estão sempre prontos, sentados em seus sofás com um prato de comida na mão na hora do almoço, a ver um brasileiro ganhando prata e apontar o dedo para dizer “nem para ganhar um ouro”. São quase “deuses gregos” julgando meros semi-mortais que, de seu ponto de vista, nunca se esforçam o suficiente; uma relação de Zeus e Hércules, que não passa de uma infeliz metáfora.

         E, assim, temos de um lado toda uma nação que, se ainda precisa se preparar melhor para ao menos entender a grandeza de participar de uma Olimpíadas, imagina o quanto tem de evoluir para receber a mesma em seu país; e do outro nossos atletas, Hércules fortes e persistentes, lidando com sua frágil essência que mistura uma força divina sem igual com um fraco espírito humano dominado pela emoção, responsável por findar com toda sua força. O único ponto convergente para ambos é o senso de que a prata é sinônima de derrota. Por isso, vale a pergunta: mas o importante não era competir?

          Post: Wagner Oliveira (@FuturoRP)

As Cotas de Estilo nas Olimpíadas


          Londres, a mais importante capital mundial da moda desde o ano passado, recebeu nos jogos olímpicos a mais variada gama de estilos e representações patriotas dos atletas.
         Foram unhas decoradas, maquiagem, joias, penteados e vestuário com as cores de cada país e bandeiras. O estilo pessoal em destaque contribuiu para a exposição da imagem dos atletas na mídia, mas se tratando de um evento global a imagem é muito mais valiosa para as organizações que buscam um representante para divulgar sua marca e ampliar as vendas.


A ciclista alemã Kristina Voguel representa seu país com cores da bandeira nas unhas

          Patrocinar os jogos olímpicos pode ser um dos investimentos mais caros, mas também um dos mais lucrativos. A Nike decidiu padronizar mundialmente o uso de tênis verde-limão da marca pelos atletas patrocinados. Conhecidos como “Volt”, a Nike alega que de todas as cores do arco íris, o olho humano é mais sensível à parte verde e amarela. Isso significa que os tênis da Nike refletem mais a luz do que qualquer outra coisa no ambiente olímpico.
 
Finalistas do atletismo usam tênis Nike

         Tornar o estilo uma estratégia comercial parece ser a saída para atletas que precisam treinar em período integral e competir em eventos que não oferecem remuneração. Um exemplo da força do patrocinador é o caso da ginasta brasileira Jade Barbosa, que foi cortada da seleção devido a divergências em relação a patrocínio e uniforme. "Ela tem o direito de não querer assinar o contrato ou o termo de compromisso para usar os uniformes, mas não tem como participar da equipe sem isso," disse a coordenadora da Seleção Brasileira de Ginástica, Georgette Vidor.

A ginasta Jade Barbosa é cortada das Olimpíadas
          "Ela tem o direito de não querer assinar o contrato ou o termo de compromisso para usar os uniformes, mas não tem como participar da equipe sem isso," disse a coordenadora da Seleção Brasileira de Ginástica, Georgette Vidor. Jade foi substituída por Lais de Souza, apesar de ter tido grande destaque em Pequim e ter conquistado posições inéditas para a ginástica brasileira. Até que ponto vale essa inversão de valores, em que o patrocinador possui mais direitos do que o atleta? Afinal, o objetivo dos jogos olímpicos é valorizar o esporte.
Post: Camila Souza


Hábitos Saudáveis Nunca São Demais

Nas Olimpíadas de Londres 2012, a busca por medalhas e bons resultados fez com que os atletas e seus treinadores procurassem por mecanismos que garantissem o aumento do seu rendimento durante as competições. E a alimentação foi um dos requisitos fundamentais para que eles pudessem ter um bom desempenho em suas modalidades esportivas e, até mesmo chegar ao pódio das disputas.

Além da necessidade de se ter uma alimentação rica em nutrientes, como carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais, os atletas precisam manter-se hidratados para ganhar ainda mais energia durante os treinos e competições. Refeições como sopa, uma alimentação vegetariana e alimentos como nozes e grãos são comuns no mundo destes competidores que buscam a saúde física e mental.

Os nadadores, por exemplo, seguem à risca este cardápio saudável. Eles realizam suas refeições com alimentos ricos em carboidratos incluindo cereais como a aveia, a cevada, trigo, milho, legumes e frutas. Esses alimentos promovem garra e disposição, além de aumentar a força e flexibilidade dos movimentos do corpo.

Um cardápio saudável faz parte da vida dos atletas para manter a energia

No entanto, alguns esportes como o boxe, artes marciais, ginástica e nado sincronizado, necessitam de uma dieta mais equilibrada, já que a necessidade destes atletas está em controlar as suas refeições para manter o peso adequado. Preocupada com esta necessidade, a lutadora turca de taekwondo Nur Takar segue uma dieta de 1.500 calorias por dia. Já a ginasta sul-coreana Son Yeon- Jae adota um café da manhã e almoço em quantidades limitadas.

Já os atletas que precisam de forças em seus treinos, como os levantadores de peso e os praticantes do arremesso de martelo, consumir alimentos específicos que ajudem a desenvolver massa muscular é uma boa dica. O auxílio de suplementos é indicado nestes casos, mas devem ser consumidos de forma equilibrada e em medidas certas, de acordo com o organismo de cada atleta.

Portanto, a saúde é um dos princípios do esporte. É somente através dela que os atletas conseguem bons desempenhos e se mantém em sintonia com seu corpo e mente. Vale ressaltar que todos os competidores devem ter um acompanhamento de um nutricionista para que haja recomendação correta dos melhores alimentos para compor a sua dieta.  E todas essas dicas são válidas para todos, incluindo atletas e não atletas. Hábitos saudáveis nunca são demais!

Post: Talita Salles

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Globo x Record: A Briga Que Não Tem Fim

     A disputa entre Globo e Record nunca esteve tão evidente como nas Olimpíadas deste ano. Com o poder de transmissão nas mãos, a Record teve sua programação do último mês voltada para os jogos olímpicos. As 165 horas de transmissões esportivas renderam à emissora uma média de 7 pontos de audiência, segundo medição do Ibope (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo). Não é nada muito diferente da média que normalmente alcança a casa dos 6 pontos.
 
     Mas, muitas coisas deixaram a desejar. Poucos jogos foram transmitidos do começo ao fim, gafes foram cometidas, a qualidade das imagens e som não foram das melhores. E com isso, mais uma vez o telespectador brasileiro comprovou que a qualidade de transmissão de esportes da Rede Globo é realmente imbatível.
 
Gafe: Ana Paula Padrão troca o nome da emissora
 
     E é por isso que a emissora global já começou a sua corrida contra o tempo. Enquanto se preparam para dividir a transmissão e cobertura da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, Globo e Record já estão se movimentando mais uma vez nos bastidores para tentar comprar os Jogos de 2020 com exclusividade.
 

     Ainda sem sede definida, a Olimpíada de 2020 pode custar cerca de US$ 250 milhões. De acordo com informações da coluna Outro Canal, da jornalista Keila Jimenez na Folha de S. Paulo, a competição de 2016 custou US$ 200 milhões à Globo, Record e Band.

     Os direitos de transmissão foram muito valorizados na TV brasileira nos últimos tempos. Em 2004, a Globo gastou aproximadamente US$ 5 milhões pelas imagens de Atenas. Em Pequim, foram gastos US$ 15 milhões. Para a Record, a exclusividade das Olimpíadas de Londres custou cerca de US$ 60 milhões e foi negociada seis anos antes da competição acontecer.
 
     Quem sabe, com mais ousadia e menos 'cacoetes globais' os índices de audiência não teriam sido mais satisfatórios para a Record. Afinal de contas, para superar a Globo, com certeza, a melhor estratégia é não imitá-la. E esse é o grande desafio das emissoras brasileiras.
 
Post: Talita Salles

 

Errar é Humano. Contornar (e Admitir) é Divino

     O que se poderia esperar dos Jogos Olímpicos em Londres? Ora, estamos falando da capital da Inglaterra, um dos maiores e mais importantes centros financeiros do mundo, que inspira modernidade e excelência. Diante disso, a pergunta é: o que você esperava dos Jogos Olímpicos em Londres?

     Cada um de nós, certamente, tinha sua expectativa. E estou me referindo a nós, brasileiros, que, mesmo diante de crises e contratempos internacionais, ainda enxergamos os feitos no exterior com olhos de admiração e contemplação. E após acompanhar a abertura dos Jogos Olímpicos, que deu um verdadeiro show pela riqueza cultural, só nos restava a certeza da grandiosidade que seria esse evento.

     Então, eis que chega o primeiro dia de competições. Coreia do Norte versus Colômbia no estádio Hampden Park, em Glasgow (Escócia). As equipes já se encontravam perfiladas no gramado, quando o que se vê aparecer no telão do estádio é a bandeira da Coreia do Sul.

Momento em que a bandeira errada é exibida.

 
Reação dos torcedores da Coreia do Norte ao ver a bandeira da Coreia do Sul.

     Pronto, estava armado um conflito diplomático. As jogadoras da Coreia do Norte não queriam mais jogar, mais de uma hora se passou até resolver a confusão. E, opa! Não é que achamos um erro? E junto com o erro a lembrança de que, mesmo com tanta promessa, expectativa e garantia de excelência, o que, na verdade, está por trás de um evento tão grandioso são seres humanos. E humanos, desde sempre, erram.

     Parece difícil admitir, mas isso nos faz cair na real e ver que, não importa a grandiosidade do acontecimento, erros podem acontecer. Era algo tão simples, bandeiras tão distintas, uma situação tão evitável, mas ocorreu. E, talvez, por uma simples falha ao apertar um botão. A questão é, como lidamos com o erro? Em Londres, a atitude de admitir e contornar uma falha não pareceu algo tão complexo de ser feito. Mesmo com toda tensão diplomática, gerentes e presidentes das mais altas cúpulas vieram a público pedir desculpas, diálogos foram estabelecidos e até o termo “um simples erro humano” foi utilizado.

     Não se ouviu o chavão “nada a declarar”, mas sim a garantia “isso não se repetirá”. Ou seja, o erro foi contornado, a situação resolvida, os jogos seguiram. Sequer tivemos grande repercussão disso. Ao varrer a internet com assuntos de erros das Olimpíadas quase não se encontra notícia sobre isso. Mas, curiosamente, nosso sábio guru Google nos retorna, mediante as palavras “erros” e “Olimpíadas”, várias e várias notícias sobre as falhas, não de Londres, mas dos atletas brasileiros.


Exemplo de busca no Google mediante os termos de busca "erros" e "Olimpíadas".

     Pois é. Trata-se da dupla de vôlei de praia que poderia ter sido ouro, mas foi prata. Da equipe de vôlei masculino que estava com o jogo nas mãos, mas foi prata. Da seleção brasileira de futebol que (vejam só, que absurdo!) ganhou apenas a prata. E não só o Google, como a população e mídia brasileiras apontaram tudo isso, e, mais ainda, os próprios jogadores faziam questão de aparecer diante de câmeras com semblante arrasado e amargando as “derrotas”. Erros, também humanos, mas não tão bem contornados como o de Londres.

     Isso nos leva a refletir sobre como será, em 2016, ter as Olimpíadas em nosso seio. Se nossa gente, mídia e atletas não sabem lidar com a “derrota” da prata, saberão lidar com os erros humanos de um evento de tal porte? Como seria resolver um conflito diplomático, entre países em guerra, no Brasil? Quantos de nós mesmos, brasileiros, numa situação como essa, não apontaríamos o dedo para nossa própria pátria dizendo “só podia acontecer no Brasil mesmo”?

     Diante disso, a questão não é saber se vamos dar conta dos eventos mundiais. Afinal, eles já nos competem, e acontecerão, com maestria ou não, em nosso país. A questão é saber se teremos condições de lidar com os erros humanos que, inevitavelmente, acontecerão. Uma capacidade até esperada de um povo que, durante tantos anos, batalhou e persistiu, mas, agora, terá que saber como subir ao pódio.


Post: Wagner Oliveira (@FuturoRP)

Polêmicas Muito Além de 140 Caracteres

     
 
       Os Jogos Olímpicos de Londres de 2012 foram os primeiros Jogos da era das redes sociais, principalmente do twitter. Se por um lado foi excepcional, pois a quantidade de informações sobre os participantes e o evento foi muito maior, por outro teve consequências nada boas para os atletas.
 
      Após os Jogos Olímpicos de 2008 que foram realizados na China, país que historicamente exerce forte controle sobre a internet e redes sociais, um ano depois, no Congresso anual da entidade, o COI (Comitê Olímpico Internacional) dedicou atenção especial às redes sociais. Essa preocupação gerou um manual de conduta e impôs uma série de restrições aos atletas. O COI vetou mensagens sobre patrocinadores pessoais e criou normas para o formato dos textos.
 
     Essas regras geraram um protesto de um grupo de atletas dos Estados Unidos, que usaram tweets com o texto “Estou honrado de ser um atleta olímpico, mas exigimos mudanças nas regras”. A contestação era exatamente a restrição de fazer publicidade pessoal, que também atingem treinadores e funcionários das delegações nacionais.
 
      Um caso bem mais sério aconteceu com a grega Voula Papachristou, do salto triplo, que foi expulsa do evento por ter feito comentário racista. Ela teria escrito em sua conta pessoal no twitter a seguinte frase “Com tantos africanos na Grécia, pelo menos os mosquitos do Nilo comerão comida caseira”.
 
O preconceito da atleta grega Voula Papachristou

     A goleira norte-americana Hope Solo não recebeu uma punição severa, mas foi advertida. Ela publicou uma mensagem criticando Brandi Chastain, comentarista de TV, que havia falado mal do desempenho dela em Londres “É muito ruim não termos comentaristas que representem melhor o time e saibam sobre o jogo. O jogo mudou de uma década atrás”, escreveu a goleira no twitter.
 
A goleira da seleção americana Hope Solo
 
     No Brasil, o caso mais polêmico envolveu a judoca Rafaela Silva, que saiu de Londres sem medalha após tem sido eliminada por ter dado um golpe ilegal. A atleta foi duramente criticada no twitter por alguns internautas, respondeu e trocou ofensas com eles. O problema ficou ainda maior quando um dos internautas extrapolou e fez ofensas racistas à judoca.
 
A dor da judoca brasileira Rafaela Silva após eliminação
 
     Por meio de mensagens polêmicas, discussões e até interação com outros, as redes sociais viraram a grande arma dos atletas para evitar a reclusão dos Jogos Olímpicos. Só que boa parte desses usuários não tem a menor ideia com quem tipo de pessoa estão lidando.
 
Post: Suelyn Magalhães