quinta-feira, 17 de maio de 2012

Jornalismo Colaborativo: Sim ou Não?


       O jornalismo colaborativo é um tanto quanto difícil de definir em sua função prática. Claro que é relevante quando quem está do outro lado participa em um momento onde a mídia ainda não chegou e dá o furo. Isso gera um ponto de partida para a imprensa, ou pode ser ainda mais, pode até simbolizar o acontecimento total, como o vídeo repercutido mundialmente da senhora tentando se salvar da enchente no Rio.



       A internet 2.0 provou que esse processo de compartilhamento é irreversível, a opinião e participação geral do leitor está presente na realidade da comunicação. Partindo de uma vertente mais conceitual, antes havia a figura do gatekeeper, o “guardião do portão”, em tradução livre, na mídia tradicional, ou seja, o jornalista decidia se tal informação iria passar e ser publicada. Na mídia online o que conta é o gatewatcher, o público é quem fiscaliza o que a mídia divulga. A abrangência é marcante, assim como o arquivamento na rede, que até onde se sabe, é eterno.

       A grande questão, que transforma este tipo de jornalismo um tanto quanto curioso, é o que leva as pessoas a produzirem esse material jornalístico. É a facilidade? A sociedade que visa cada vez mais a exposição? A sede pela informação?

      Fazer jornalismo é trabalho duro. É preciso formação (apesar disso ser contestado) e experiência. Informação é poder, transforma o mundo, as pessoas, as relações, mas ela também é delicada. Quantos jornalistas vemos serem despedidos diariamente devido a alguma pauta que não deveria ter sido divulgada, como o caso da demissão de Heródoto Barbeiro da TV Cultura, ou por uma informação publicada mal apurada?

        O lado positivo de se produzir o jornalismo cidadão é que o autor não é necessariamente responsável pelo conteúdo que disponibilizou. Ele não tem esse compromisso com a verdade, com a precisão da informação. Só que é preciso distribuir os pesos por igual. Enquanto o jornalismo colaborativo tem uma responsabilidade social menor, ele também não pode sair de sua posição de apoio.

Post: Camila Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário